“Marx Tinha Razão?”
O Fliv-Rio convidou dois teóricos para responder a questão na abertura dos trabalhos deste sábado, último dia do Festival.
Luiz Eduardo da Motta é Doutor em sociologia e Lincoln de Abreu Penna é historiador.
Os especialistas explicaram que o
marxismo, ao longo da história, compreende períodos de ascensão e crise e o mercado editorial é o termômetro que mede a tendência pelo interesse dos leitores.
O professor Luiz Eduardo lembrou que os ideais de Marx e Engels, bem como as práticas do Partido Comunista com de Lênin, que davam a orientação coletiva nas fábricas e nas ligas campesinas em plena Revolução Industrial, viveram uma onda de hibernação desde a virada para o século XXI. Paralelamente, há um avanço da direita e da extrema-direita em várias regiões do mundo.
A partir da última década, livros com o pensamento extremista de autores como Olavo de Carvalho, entraram na pauta política influenciando jovens a ponto de mudar o resultado de eleições e ameaçar democracias. O Brasil está neste contexto.
No entanto, o professor Lincoln avalia que a sociedade já esboça uma reação ao neofascismo e tudo indica que a transformação do modelo político virá
por conhecimento e interpretação da realidade atual.
Se vivemos uma governância predatória e anticultural que transforma trabalhadores em escravos alienados é necessário virar o jogo.
Francisco Izidoro, Diretor do Sinttel-Rio, Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Telecomunicações, e mediador do debate, citou o Fliv-Rio como exemplo de estratégia da reação. Usando a literatura progressista como elemento de resistência política, ele também espera um novo período para retomada da mobilização da atividade sindical.