Autogestão, ação direta e ação popular. O caminho para a transformação inclusiva e anticapiltalista vem da autorganização. Essa foi a mensagem da primeira mesa do dia desta sexta-feira no Fliv-Rio, que reuniu representantes de movimentos e iniciativas focadas nesses conceitos, que vem atuando sobretudo nas favelas do Rio. Como o Coletivo Formiga Ação, representado na mesa por André Leonardo, que falou do resgate, a partir da participação nas jornadas de Junho de 2013, do espírito comunitário de cooperação na favela da Formiga, zona norte do Rio. O coletivo tem organizado mutirões para construção e consertos de casas na comunidade.
Antônio Júnior apresentou o trabalho da Cooperativa Gentalha de produção de bebidas artesanais, que funciona a partir da autogestão.
Sem hierarquias, é uma associação dos trabalhadores de base que tem o objetivo de ser o mais acessível possível para a população e remunerar dignamente os envolvidos na produção. Júnior argumenta que o principal desafio da autogestão é, justamente, encontrar parceiros dispostos a colaborar nessa filosofia de “trabalho sem patrão”. Uma filosofia de atuação parecida com a do Coletivo Salamandra Negra, que produz livros artesanalmente, representada na mesa por Hernani Gomes da Costa. Ele conta que o trabalho nesses moldes melhora os relacionamentos interpessoais, a reapropriação dos processos decisórios, viabiliza a desburocratização e a possibilidade de apoio a outros grupos.
Timo Bartholl, do Coletivo Roça, que atua em uma das favelas do Complexo da Maré, quer incluir iniciativas do Rio de Janeiro na Teia dos Povos, articulação de luta popular a partir dos territórios, especialmente os de povos tradicionais e periferias. O trabalho é de construir uma rede sólida de cooperação e autogestão. Pontes consistentes, efetivas e duradouras para de apoio mútuo e transformação coletiva.