Simone de Beauvoir, Clarice Lispector, Carolina Maria de Jesus foram algumas das autoras citadas como inspiradoras na mesa “A Importância da Escrita da Mulher para a Literatura Brasileira”. A escritora Alê Magalhães foi além, declarando que “Quando comecei a ler
Clarice, me senti menos doída, ela me abriu mundos, nunca mais fui a mesma”.
A literatura feminina negra também foi destaque. A escritora Sol de Paula disse que as palavras que escreve formam parte de sua história como mulher e escritora. E destaca: “Quando eu compartilho literatura feminina negra eu me reconheço e degusto dessas palavras, que são minha história”.
Na potente roda de conversa feminina, as escritoras relataram a importância de valorizar as mulheres na escrita. Alê Magalhães destacou o coletivo Escreviventes, que surgiu durante a pandemia e agrega cerca de dez escritoras. Já Rosana Lima, sugere Carla Madeira, que publicou seu primeiro livro após os 60 anos, e Isa Martins, sugere que leiam as escritoras contemporâneas.
Ao final, houve espaço para que cada autora citasse trechos de suas obras. “Corto rato, rã, mato, perfuro pedra… preencho todas as prateleiras e fico vazio” , foi o trecho de poesia destacado por Rosana Lima. “Louvação às rainhas”, de Sol de Paula, fala sobre mulheres negras da história: “sou grito amordaçado nas mãos de Anastácia… uns dizem que ainda sou”. Mônica Augusta também leu trecho de uma de suas obras: “ a unidade terá cor e ação”. Alê Machado destacou a escrita das mulheres: “ela sou eu, eu sou dela porque não sei ser quem eu sou e pesa ter um corpo que não é poesia.” E Isa Martins, encerrou as leituras com trecho de seu livro “Marias que vão e não vão com as outras”: “é preciso parir arte também mulher… chega de silêncios”.
Ao final da roda de conversa, o público foi convidado a participar de uma oficina de escrita. Papel e caneta na mão, ideias pulsantes, muita animação e criatividade transformadas em palavras, frases e textos.