ANTIRRACISMO E EDUCAÇÃO

“Sem racismo, o capitalismo não sobrevive”. A afirmação de Bárbara Machado, professora e doutora em História pela UFF (Universidade Federal Fluminense) deu o tom do debate sobre os desafios da luta antirracista no Brasil que abriu o segundo dia do FLIV-Rio 2024. Na discussão, mediada pela Secretária de Combate ao Racismo da CUT-Rio, Andrea Matos, Bárbara ressaltou que não se deve avaliar questões como o racismo, o machismo e a luta dos(as) trabalhadores(as) de forma compartimentada, já que todas fazem parte de um único sistema que lucra com a opressão.

Bárbara – que lançou no Fliv Rio o livro “Política de Identidade: gênero, raça, classe, sexualidade e a formação do movimento de mulheres negras no Brasil” – chamou a atenção também sobre a importância do acúmulo de lutas das escritoras negras que tem resultado em conquistas efetivas como o reconhecimento, ainda que tardio, de pensadoras como Conceição Evaristo e Lélia Gonzalez.

A também professora e doutoranda em História Comparada, Noêmia Duque, destacou o papel fundamental da educação crítica e inclusiva na luta antirracista. Ela lembrou que a literatura tem o poder de politizar de forma lúdica e deve ser utilizada como instrumento de transformação social. A discussão terminou em alto astral com a leitura de uma poesia cantada, de autoria de Noêmia, acompanhada por palmas da plateia.