Uma seleção de textos anticoloniais de Vladimir Lenin, político, estrategista e intelectual fundamental para entender a história contemporânea da Rússia, foi o tema central do debate realizado na tarde desta quinta-feira (28/11) na FLIV-Rio.
Dayana Ferreira, professora de História e doutoranda em Educação, iniciou a discussão lembrando que o tema da autodeterminação e imperialismo é central na obra de Lenin. Ela destacou ainda o destaque dado pelo pensador às estratégias internacionais como um caminho para identificar causas comuns.
Caio Andrade, professor da rede estadual do Rio e doutorando em Geografia, trouxe o debate para os dias atuais e abordou o colonialismo a partir da perspectiva da ofensiva de Israel sobre a população palestina. Andrade destacou a origem do conflito no Oriente Médio, contextualizou o apoio internacional a Israel em detrimento do povo palestino e salientou a necessidade de lutar contra a desigualdade e a opressão militar para reformular as estruturas de poder e romper com o colonialismo atual.
O também geógrafo e autor da coleção de textos de Lenin sobre o assunto, Pedro Silva, relacionou o racismo ao colonialismo no Brasil. O autor, que também é apresentador do podcast “Marxismo Periférico”, lembrou que o país não teve uma história de rupturas e que as conciliações que marcaram o fim de conflitos potenciais têm como uma das consequências uma herança racista. Silva exemplificou citando o discurso racista que caracteriza as grandes cidades na dicotomia asfalto x favela ou periferia x centro.
A plateia interagiu com a mesa trazendo o debate anticolonial para a atuação do Brasil no cenário internacional e abordando também questões internas do país.