A filósofa Marcia Tiburi e o ex-deputado Jean Wyllys estiveram no fechamento do Fliv-Rio, neste sábado (7/10), em que falaram sobre o livro “O que não se deve falar”. A mesa teve ainda a participação de dona Marinete Silva, mãe da vereadora Marielle Franco, e mediação do professor da escola de comunicação da UFRJ Fernando Salis.
A inspiração para o livro foram as cartas trocadas entre Márcia e Jean enquanto estavam no exílio, condição que foi imposta aos dois em 2018, após sucessivas ameaças de morte. Na ocasião, Jean era deputado federal pelo Psol e ela tinha acabado de concorrer ao governo do estado do Rio de Janeiro pelo PT. “Escrever esse livro foi uma vitória. As cartas trocadas com Jean foram uma forma de sobreviver”, relata a filósofa.
O ex-deputado iniciou sua fala com a citação “Liberdade é o direito de dizer a verdade”, que defende ser direito fundamental e, por isso, ele e Márcia relatam no livro as verdades que precisam ser ditas, principalmente nesse momento de reconstrução da memória dos últimos 15 anos do Brasil. “Mesmo depois do assassinato de Marielle, ainda há pessoas que não acreditam no que passamos. Acham que sair do Brasil foi uma decisão burguesa. Mas não foi uma escolha. Era a única possibilidade”, afirma Jean.
“Olhar para esses dois é resistência pura. Muito bom tê-los de volta aqui no Brasil”, acalentou dona Marinete, ao dizer que, do alto dos seus 72 anos, ela continua na luta para descobrir quem matou sua filha, apesar dos cinco anos sem Marielle, completados em setembro. “Vamos seguir fortes, com resistência pura. #MariellePresente”, finalizou.