A primeira mesa deste sábado (7/10), último dia do Fliv-Rio, foi marcada por um tema importante para a sociedade brasileira “Educação Infantil: legislação descumprida e o crescimento das creches conveniadas”.
A professora Zezé Lourenço, do Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro (Sinpro-Rio), levantou alguns problemas encontrados pelos professores no dia a dia, que vão além da baixa remuneração ou contratações inadequadas. Em muitos casos, a falta de infraestrutura é enorme, como a falta de auxiliares, que sobrecarrega o professor e prejudica o desenvolvimento do ensino e do aprendizado. “Os professores estão vivendo num ambiente que provoca angústia e sofrimento. O sistema neoliberal, principalmente após a pandemia, exige muito mais desses professores, que precisam levar trabalho sem ter tempo para o lazer, para a própria família. Eles estão adoecendo dentro de sala de aula”, explica Zezé.
A doutora em educação pela PUC-Rio Rejane Siqueira, que é professora de história e política de educação infantil na formação de professores, ressaltou que, a partir do momento que a creche é incluída como direito das crianças, ela aparece no plano municipal de educação com metas a serem atingidas. “Não temos nem 50% das vagas necessárias para atender a demanda existente para crianças de zero a três anos. Temos um desafio muito grande pela frente”, explica. Segundo Rejane, a sociedade precisa entender que criança é o sujeito, infância é a condição dada a esse sujeito. As condições que a criança vai ter na infância influencia a vida dela pelo resto da vida. “Não existe uma infância única, são múltiplas. E é preciso falar sobre o que provoca as desigualdades e desenvolver políticas públicas para equacionar essas diferenças”, conclui.
A mediadora Marta Cerqueira fechou a mesa comentando sobre a importância da família, da escola laica e da união de toda sociedade nesse processo.