O livro “Esfarrapados: como o elitismo histórico-cultural moldou as desigualdades no Brasil”, foi debatido na primeira mesa da tarde deste sábado ensolarado, no Fliv-Rio.
O auditório lotado estava atento à mediação da pesquisadora de políticas públicas Ingrid Gerolimich para entender como as desigualdades sociais se formaram e como são reproduzidas no Brasil contemporâneo, objeto do livro.
Cesar Calejon o autor da obra chamou a atenção para o elitismo histórico cultural existente. O desejo da classe trabalhadora mudou. O trabalhador também quer consumir, ter um novo modelo de celular, por exemplo, ser valorizado nos espaços existentes de cada classe. Mas também alertou que apenas 10% comanda os outros 90% da população mundial. Para ele, é muito importante a luta sindical, a unidade dos trabalhadores para que esse fato não seja naturalizado.
O jurista Rubens Casara, que também participou do debate, afirmou que “existe sim outro mundo possível”, mesmo que se tenha consciência de que nada vai mudar do dia para a noite, e que é importante resgatar a verdade. Trabalhar com objetos verdadeiros para que o diálogo exista. “Todos precisam se ouvir e trabalhar o afeto… o medo sempre vai existir e nós precisamos vir com a verdade que pode se transformar em esperança”. O jurista completou afirmando que é preciso demonizar o comunismo. “Existiram erros na história, que nunca chegou a ser a ideia original… mas esses erros não podem destruir o restante. Como se o capitalismo tivesse dado muito certo” afirmou.