“Adoecimento mental de docentes: uma nova epidemia” foi o tema da terceira mesa do primeiro dia do Fliv-Rio. Mediada pelo diretor do Sindicato dos Professores do Rio (Sinpro-Rio), o debate passou pela desglamurização da profissão.
O professor Rodrigo Lamosa apresentou seu estudo sobre adoecimento na profissão lembrando que esse objeto não é novo, e mostrou dados assustadores, como o aumento do número de suicídios de professores e professoras. Ele comentou sobre o silêncio em torno desse tema. “Não se discute esse problema no qual a ocorrência vem aumentando. Há um silêncio, inclusive da imprensa sobre esse fato”, afirmou.
Ele apontou dois elementos fundamentais no processo de adoecimento dos docentes: o aumento da carga de trabalho e um elemento novo que é já objeto de estudo: o neoliberalismo que transcorre um caminho que leva ao uso de medicamentos.
Adriano Carlos Moura, professor e autor teatral, falou de sua obra, que também se tornou o livro, “Invisíveis”, em que quatro docentes internados em um manicômio, verbalizam ações que gostariam de fazer em resposta às pressões que sofrem no ambiente de trabalho. “Aquilo que a ficção mostra como um absurdo não é: é a realidade.”
Ele questiona em que momento a chave virou e os professores deixaram de ser motivo de orgulho para se tornar uma profissão em que quem escolhe é considerado “louco”.
Para ele, a escola não pode ser considerada a segunda casa do aluno, os profissionais serem chamados de “tio”. O que a categoria precisa é de valorização.