O mundo do trabalho continua permeando os debates que acontecem no Fliv-Rio. A mesa “80 anos de CLT, chega aos 90?”, abriu a programação da tarde do segundo dia do Festival do Livro.
Francisco Izidoro, coordenador geral do Sinttel-Rio, mediador do debate, chamou a atenção logo no início das intenções do Festival.
“O Fliv-Rio não é somente uma feira de livro, mas também um ambiente para se tratar dos conteúdos dos livros, transformar em ação o conteúdo”. O debate, que discutiu o caminho da contribuição sindical, foi aberto com a transmissão de um vídeo do economista do Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, Clemente Ganz Lúcio, sobre a importância de um sindicato forte que possa brigar por acordos coletivos, pelo reajuste do salário mínimo e possa se colocar contra a precarização dos trabalhadores.
Em seguida, reforçando a fala do economista, o advogado trabalhista Marcos Chehab, citou Lula em seu discurso na Assembleia da ONU quando falou: “Não há democracia sem sindicatos fortes”. Ele também lembrou à atenta plateia sobre o PL 2099/2023 que prevê a proibição de toda e qualquer contribuição aos sindicatos. O advogado alertou sobre a importância de uma reação imediata dos sindicatos e das centrais sindicais contrária ao Projeto de Lei. Outro participante do debate, Henrique Lopes de Souza, advogado trabalhista, concordou com essa urgência e sugeriu que os sindicalistas fizessem um “juízo de valor sobre o que estão fazendo para combater a reforma sindical que está tramitando no Congresso”. Mônica Alexandre Santos, presidenta da Associação dos Advogados Cariocas Trabalhistas, falou sobre a necessidade do sindicato conquistar o trabalhador e fez uma provocação para os sindicalistas: “O que podemos fazer para trazer o trabalhador para dentro do sindicato?”, finalizou a advogada. Antes de passar a palavra para os participantes, Francisco Izidoro colocou a opinião de que somente os trabalhadores que contribuam com os sindicatos tivessem direito às conquistas da luta, inclusive de reajuste salarial.
A ideia, que já vem sendo discutida no ambiente sindical como uma ação para fazer com que o trabalhador e a trabalhadora entendam que os direitos são conquistados pela luta dos sindicatos, teve concordância de todos os palestrantes.