A partir da pergunta-provocação “Quem é de esquerda?”, Larissa Ormay, da Divisão de Relações Multilaterais da Coordenação de Relações Internacionais do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), e Fernando Drummond, escritor e roteirista, debateram o que torna alguém de esquerda e o papel de quem se identifica com esse espectro político no Brasil de hoje. Para Larissa, o primeiro papel da esquerda é ser capaz de identificar situações de opressão, injustiça e exploração. Tarefa difícil, já que vivemos em uma sociedade que normaliza esses processos. O capital se expressa por meio dos grandes meios de comunicação, naturalizando as práticas de exploração. Ela afirma que para mudar esse quadro é necessário ter consciência do que acontece e se unir por essa transformação.
Fernando Drummond, iniciou sua fala citando Paulo Freire, ao dizer que “Em um país como o Brasil, manter a esperança viva é, em si, um ato revolucionário”. Para ele, a essência da esquerda é questionar a desigualdade.
Alertou, ainda, que está na hora de atualizarmos os conceitos de direita e esquerda. Disse, ainda, que é possível que convivam em um estado democrático, no qual o confronto de ideias é livre. Essa convivência, no entanto, não é passível de ocorrer com a extrema-direita, que prega a eliminação de quem pensa diferente.
Os participantes ressaltam que é papel da esquerda reafirmar o compromisso com a democracia e ter em mente que um segundo governo Bolsonaro, dessa vez sem possibilidade de reeleição, tende a ser muito mais autocrático e perigoso. Então, cabe a todos nós estarmos nas ruas conquistando votos porque “o sonho está chegando em 2023”