Entrevista com Ivana Jinkings, diretora da Boitempo

Fliv-Rio: Qual a importância desses encontros literários de contato direto dos autores com os leitores, como espaço de reafirmação da democracia e de refletir o país que temos e que queremos?

“O mundo do livro não se realiza enquanto não houver o encontro entre livros e leitores. Historicamente, encontros literários e eventos voltados a promover encontros entre escritores e leitores têm desempenhado papel fundamental na formação cultural e cidadã. O analfabetismo e o analfabetismo funcional, são resultado de um projeto de poder antipopular no país e iniciativas voltadas à formação de leitores são essenciais para a construção de uma sociedade justa, plural, igualitária e democrática”.

Fliv-Rio: Um Festival que se posiciona como espaço para divulgação de conteúdos com temática progressista, que impacto pode ter para as editoras parceiras?

“Trata-se de uma importante iniciativa – ao lado de outros eventos literários com recortes semelhantes, como o Salão do Livro Político (São Paulo) e a Flipei (editoras independentes- Paraty) – que reitera e promove a produção independente de casas editoriais que não têm medo de se posicionar no debate de ideias, seja editorialmente, seja institucionalmente. Será uma oportunidade especial para que leitores tomem contato direto e conheçam editoras com catálogos dedicados à publicação de obras voltadas a ideias transformadoras e radicais”.

Fliv- Rio: Qual a expectativa da Boitempo que tem 27 anos de experiência em parcerias com Feiras, Salões e Festas Literárias, em relação ao Festival do Livro Vermelho.  Mesmo com as dificuldades pós pandemia e crise econômica, a gente pode dizer que temos uma boa safra de livros?

“Estamos muito animados com esta primeira participação no evento. Preparamos uma seleção especial de lançamentos para apresentar ao público, como os novos livros de Valério Arcary, Ricardo Antunes, Vladímir I. Lênin e uma coletânea sobre os 200 anos da Independência do Brasil, coordenada por Antonio Carlos Mazzeo e Luiz Bernardo Pericás”.